18.3.10

Mulher Egoísta.



Aqui estou eu: olheiras, estômago revirado, dentes escovados e corpo cansado.
Assim, simplesmente uma estudante que acordou cedo para estudar e se deparou com um dilema interessante: vale a pena toda esse sacrifício e desperdício de sono? Não dizem que é no descanso, no sono, no ócio que se produz, que se cria, que se encontra respostas? Pois então, cá estou eu, "ligadona" por cafés, energéticos, coca-colas e pó de guaraná só para poder ter a falsa sensação de que estou preparada para uma prova, ou para mais um dia de escola, de vida árdua... eita fica árdua.
As coisas ainda não estão caminhando bem...
Na minha aula de filosofia nos convenceram de que se alienar não é a saída, que quanto mais você sabe, quanto mais argumentos você formar, quanto mais você ver o mundo melhor, pois assim, mesmo não podendo fazer a diferença por estar hierarquicamente submetida a outros você conseguirá convencer outros com suas ideia, ideologias, visões de mundo e interpretações de vida. Mas e quando você é chamada de "Elenita do Big Brother" e dizem que suas filosofias é um papo chato de ser escutado? Quem são, então, as "Elenitas" ? As que pensam e que se acham gordas? As que não são alienadas e por isso sofrem por verem as coisas fugindo de seu controle?
Há, eu acredito, várias "Elenitas" por ai, umas mais intensas, outras mais guardadas, algumas mais sofredoras. Mulheres são assim, por natureza, grandes pensadoras.O tempo formou isso.
Antigamente, os homens saiam de suas casas e iam trabalhar, ganhar o sustento da casa, fazer o trabalho braçal, e as mulheres ficavam em casa, cuidando do intelecto.Ou você acha que cuidar de filhos não é cuidar do intelecto? Nós mulheres tínhamos tempo para não nos alienar à burguesia e conseguíamos enxergar as coisas de uma visão mais limpa, menos capitalista e globalizada, até hoje, nós mulheres temos uma projeção de mundo bem mais certeira... nós aprendemos a viver não pelo trabalho ou pelo dinheiro, o "ócio" e o tempo de pensar foram aliados que nos deixaram uma carga grande: pensar e pior, refletir.
Isso aqui não é um texto feministas nem um ataque de cansaço, isso é um texto de uma adolescente que quer ser adulta e se acha mulher, e gosta da ideia, quando assisti Sex and The City. 
Tenho sono, tenho cansaço, tenho desgosto, tenho orgulho, tenho minhas pernas grossas e meus dedos finos.Tenho mulher dentro de mim: aquela que queria uma mãe para se espelhar e um pai para não procurar fora o que poderia ter em casa: amor de um homem.
A mulher dentro de mim implora, a cada esquina, um pouco de amor, e isso, implorar amor, é a pior coisa que alguem pode fazer: você implora e espera o que você pediu... esperar amor? Que amor? O que é o amor? Será que ganho amor e não percebo? Como procurar algo que talvez eu já tenha?
Acho que estou querendo um amor idealizado, um amor do meu jeito, pra variar. Amor... quem diria que um dia eu ia precisar de algo que eu recuso dar. Eu tenho amor dentro de mim, e isso, poucas pessoas conseguem descobrir, é triste, mas é instintivo, é dolorido pra mim e pro outro, mas é assim. Imploro algo das pessoas que as pessoas têm que implorarem de mim para ganhar.
Que tipo de egoísta sou eu?

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