A gente vive querendo ser uma pessoa melhor.
Vou atrás de pessoas que eu considero muito, pessoas que eu
acho que praticam o amor de uma maneira fenomenal. Vou atrás deles e me dou
conta que têm algo em comum: todas são ocidentais, sendo orientais. O que eu
quero dizer é que todos esses meus ídolos – pessoas que são comuns no meu
cotidiano, entretanto as admiro em segredo – praticam a espiritualidade do
oriente, a religiosidade – religião no sentido de religar-se a algo, que para
alguns seria Deus, mas para outros seria apenas um religamento com algo que se
perdeu no tempo, algo com o Universo em sua forma mais pura e mágica.
Quero ser igual a eles, quero amar incondicionalmente, quero
praticar o tarô ou fazer dança do ventre. Quero ter um filho, e acender
incenso. Quero não ter ódio da vida, e nem de mim. Quero fazer tantas mudanças
em minha vida, mesmo eu odiando mudanças. Mas como fazer? Como eles fizeram? E
é essa tentativa de querer ser melhor que traz um sentimento de frustração, ou
pior, um sentimento de que você não é uma pessoa boa, e precisa se tornar uma.
Quando quero ser igual aos meus ídolos, esqueço que algo deve
ter acontecido com eles para que mudassem, para que procurassem essa Luz no
Universo. Algo na história deles deve ter sido o estopim para que a mudança
acontecesse, e isso me faz pensar: o que falta para eu mudar? Já sofri um
monte, já chorei um monte, já morri um monte e cá estou eu, não amando, não
orando, não sendo “uma pessoa melhor”.
A vida é um pouco mais complicada do que parece, pelo menos
pra mim. Se tento me analisar, se tendo procurar relações entre as coisas e
pessoas, se tento responder minhas perguntas e tentar saber os porquês, eu
acabo enlouquecendo.
Por enquanto é isso, é só um desabafo. Talvez sejam ídolos
errados, talvez eu tenha que me amar mais e parar de achar que não sou boa, que
não mereço ser feliz, parar de achar que tudo o que eu sinto é errado.
Entretanto, por agora, eu tô criando coragem para mudar de vida, mas não
abrindo mão de quem me trouxe até aqui.