20.10.10

Hoje eu tô sozinha


É como se o que eu tivesse sentido fosse promoção de supermercado. Como se só você pudesse enxergar o certo, como se só você pudesse comprar o mais barato, o mais luxo, o mais desconto, o mais acessível. E eu não sou acessível, mas ainda sou uma mercadoria de promoção do mercadinho da vila.
Sinto-me vazia, me sinto suja e jogado no lixo por você. Lixo orgânico junto com tudo que sobrou do teu prato. Você não me preenche, eu não te preencho mais. Estamos na inércia de continuar até algo nos barrar.
Acabaram-se as cortesias, acabou a cerveja gelada. Continua o vinho, continua o suor do calor do corpo. Acabaram-se festas, acabaram amigos. Continua o medo, continua a angústia.
Pode ser amanha, pode ser depois de eu ir viajar sem você. Pode ter sido ontem, pode ter sido no dia que começou: não sei, só sei que sempre terminamos no momento em que nós nem sonhamos em notar.
Eu te canso tanto. Eu te mato tanto. Eu te perturbo tanto, Que porra que eu sou?  Se eu conseguisse passar o quanto me dói aqui dentro por não ser alguém melhor para você, para mim, para as pessoas que gostam de mim.
Sabe, meus textos agora viram desabafos, e sabe o que é isso? É falta de como quem conversar. É insatisfação, é tédio, é desprezo por tudo isso que alguém está me proporcionando e que não estou aproveitando.
Eu me lembro de quando eu era apenas a tua gracinha.
Eu me lembro quando a gente SÓ era feliz. Mas hoje, sem saberem de toda essa angustia de overdose de infelicidade que eu to tendo, me disseram que amor é isso cara. É merda mesmo.

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