4.3.12

A azia da vazia – 20/01/2010


 

Eu desejo uma vida que não é minha. Eu sonho tanto com os meus planos de felicidade e amor, de amor.
Eu desejo tantas metas e vidas. Penso em homens impossíveis, lugares inexistentes, em pessoas invisíveis, em um eu diferente do que eu sou hoje.
Adiante o tempo. Faça-o passar absurdamente, por favor. 
É um vazio que eu não posso escrever aqui, é ele que me faz sentir um lixo fedorento de 14 dias no sol quente. O vazio de estar sozinha. O vazio de ser mulher – ai meu Deus, que carga pesada é ser mulher! Mulheres sentem o vazio de seus úteros. 
O ar já não preenche nada mais. Preenchido só a minha sentença de desgosto dessa fase da minha vida. Merda. Merda. Mil vezes merda.
Chega de discursos animadores. Otimista pra quê? É cômodo mostrar que você está insatisfeita e totalmente incapaz de mudar isso?
Não tem como passar 5 anos da minha vida num piscar de olhos.
E sinceramente, não me diga que eu exagero; NÃO ME DIGA ISSO. Exagero não é isso tudo que você enxerga aqui, exagero é tapar os olhos, ouvidos e boca para toda essa insatisfação. Isso é o exagero do conformismo e aceitação.
Aceitar;
Tenho mesmo que aceitar? 
E se eu gritar e virar rebelde? E se eu fizer uma tatuagem e furar meu umbigo?
Não adianta. O problema é esse vazio.
Esse porco imundo que me deixa com olheiras e me diz boa noite enquanto eu tenho insônias absurdas.
O vazio tem cara de cão. Ele não satisfaz, ele não goza.
Vazio diferente de nada, okay? O nada é uma sutileza de ser inexistente.
Agora o vazio... ah, esse vazio.
Vazio é falta. Falta de tudo que num é vazio. Olha em tua volta agora, e veja como o vazio é grande e imensamente perturbador.

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