12.11.09

Tentando Encontrar.


Hoje eu estava andando de carro, e me queixando internamente de todos os meus espaços em branco. Aquela insatisfação enorme que me deixa cheia de tanto vazio.
Talvez o que deu errado nessa minha reflexão interna é que eu não sei pensar baixo, e por “sorte” minha mãe estava do meu lado, dirigindo o carro.
então eu falei.
falei mesmo.
falei que o que eu queria dela era algo que ela nunca, mas nunca mesmo poderia me dar, não por incapacidade de mãe, ou por falta de vontade dela, mas sim por ser uma imagem toda idealizada de mãe que eu queria para mim.
e pra variar, ela não aceitou muito bem essa minha observação.
Poxa, eu tentei tirar dos ombros dela a responsabilidade de tentar me agradar. Eu já avisei que é impossível, é algo que depende mais de mim do que dela.
“Eu sinto um puta falta tua”.
Ela me diz que eu não sei na pele como é não sentir o amor de um filho. Mas o que ela não sabe, é que eu a amo. Se num amasse, eu não estaria aqui agora, escrevendo e chorando, e pior, ouvindo Caetano Veloso!
Meus medos, meus conceitos, minha fragilidade escondida na minha maturidade me deixa tão vulnerável pra me ferir, me deixa tão porco-espinho, tão Muralha da China, e quem sabe tão Muro de Berlim: dividindo essas duas coisas que sou, numa coisa só.
Coisas.
Várias coisas me tornariam feliz, coisas que eu não sei materializar, e não sei bem sentir. Afinal, o que eu estou procurando?
A felicidade?
O amor?
O amor-próprio?
O dinheiro?
A magreza?
A beleza?
O carinho?
A verdade?
A compaixão?
A compreensão?
O sorriso?
O amigo?
A amiga?
A festa?
O livro?
O filme?
A roupa?
O que eu procuro? Qual peça é que falta pra completar o quebra-cabeça em paz?

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