11.9.12

O Impublicável


[...]

Talvez eu esteja sofrendo alguma síndrome dos 18 anos, onde você já se acha velha, não tem mais pique pra “sair à caça”, não tem mais animo de ver revistas de moda, acha que se está solteira ficará assim pra sempre. Síndrome dos 18 anos onde você se sente adulta, mas também adolescente; sempre quis ser adulta, ai a vida te joga pruma cidade a 400 km de distancia da sua, com dez vezes mais habitantes, e você percebe como era bom ter 14 anos e ser namorada dele.
Realmente não sei; talvez eu só esteja cansada de toda essa vulgaridade que é a minha vida. Talvez a minha saudade dele não seja necessariamente dele, mas seja do que eu era quando ele passou pela minha vida. Tenho saudades de mim. Tô cansada porque eu volto pra minha vida e ela vai continuar assim, eu devendo me preocupar com os estudos enquanto eu só penso na minha solidão, e pra aplacar a solidão eu me relaciono com o vazio, com a vulgaridade, com a embriaguez, com a busca incessante em ter prazer de alguém ter prazer comigo. Ser vulgar foi uma saída que encontrei pra ser desejada, que às vezes eu confundo com ser amada. Sei, sei mesmo que aquilo durará uma noite, sei que aquilo só me destruirá amanhã, sei que me exponho a riscos incalculáveis, mas o que é vida? Mas o que é busca pelo amor se não isso? Se o meu amor não está em bares, boates, barzinhos e festas de república, onde ele estará? Na biblioteca estudando? No banheiro? No ônibus? Na minha sala de aula, la no canto, no fundo? Meu amor estará realmente em lugares onde eu não poderei contatá-lo? E não, por favor, não me venha dizer que o amor está em mim, que eu estou muito encanada com isso, que eu sou nova ainda e que tenho uma vida inteira pela frente. Não, não me diga isso, porque isso é papo de mãe, e não estou escrevendo para minha mãe, estou escrevendo pra mulheres que estejam procurando tanto quanto eu um amor.

Amor. Seja lá o que for.

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