Talvez eu esteja sofrendo alguma síndrome dos 18 anos, onde
você já se acha velha, não tem mais pique pra “sair à caça”, não tem mais animo
de ver revistas de moda, acha que se está solteira ficará assim pra sempre.
Síndrome dos 18 anos onde você se sente adulta, mas também adolescente; sempre
quis ser adulta, ai a vida te joga pruma cidade a 400 km de distancia da sua,
com dez vezes mais habitantes, e você percebe como era bom ter 14 anos e ser
namorada dele.
Realmente não sei; talvez eu só esteja cansada de toda essa
vulgaridade que é a minha vida. Talvez a minha saudade dele não seja necessariamente
dele, mas seja do que eu era quando ele passou pela minha vida. Tenho saudades
de mim. Tô cansada porque eu volto pra minha vida e ela vai continuar assim, eu
devendo me preocupar com os estudos enquanto eu só penso na minha solidão, e
pra aplacar a solidão eu me relaciono com o vazio, com a vulgaridade, com a embriaguez,
com a busca incessante em ter prazer de alguém ter prazer comigo. Ser vulgar
foi uma saída que encontrei pra ser desejada, que às vezes eu confundo com ser
amada. Sei, sei mesmo que aquilo durará uma noite, sei que aquilo só me
destruirá amanhã, sei que me exponho a riscos incalculáveis, mas o que é vida?
Mas o que é busca pelo amor se não isso? Se o meu amor não está em bares,
boates, barzinhos e festas de república, onde ele estará? Na biblioteca
estudando? No banheiro? No ônibus? Na minha sala de aula, la no canto, no
fundo? Meu amor estará realmente em lugares onde eu não poderei contatá-lo? E
não, por favor, não me venha dizer que o amor está em mim, que eu estou muito
encanada com isso, que eu sou nova ainda e que tenho uma vida inteira pela
frente. Não, não me diga isso, porque isso é papo de mãe, e não estou
escrevendo para minha mãe, estou escrevendo pra mulheres que estejam procurando
tanto quanto eu um amor.
Amor. Seja lá o que for.
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