16.9.12

Quebra Corações



O problema dessa visão protagonizada da vida é que nós achamos que somos únicos, mas na verdade, acho que não somos.

Achamos que somos os únicos numa relação de amor, por exemplo, e isso só gera decepção.

Está meio confusa ainda essa epifania, mas eu vou escrevendo e tentando decifrá-la... Queremos ser únicos para uma pessoa, mas será que somos? Será que depende de nós sermos únicos para alguém? Imagino a pessoas como peças, que em conjunto se tornam um todo único, só que essas peças são iguais às peças que estão em todas as outras pessoas, entende? O que diferencia as pessoas não são suas peças, e sim os arranjos das peças, então o que nos tornaríamos únicos seria o arranjo, o “conjunto da obra”; o problema é que nem todo mundo consegue ver o arranjo, as pessoas nos vêm fragmentadas, nos vêm em peças, somos peças e não obras prontas. Peças. É isso que os outros vêm em nós, assim ninguém é único pra ninguém, pra nós mesmo somos únicos, mas pro outro somos peças soltas que a imaginação deles, ou melhor, o desejo deles, tenta dar um arranjo diferente do qual realmente estamos arranjados.

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