Toda vez que eu vou embora assim, meio que de repente, e você
me deixa ir, eu acho que você vem atrás de mim, me seguindo, me guiando, só
pra ter certeza de que eu não vou me jogar na frente de um carro qualquer na
Higienópolis.
Mas ai eu olho pra trás e você não está lá. Você sem hesitar em entrar e fechar a porta, e eu olho pra trás e você não está mais lá... Conhece
a sensação de abandono?
Ai eu vou o caminho inteiro chorando, pensando em voltar lá,
te gritar e pedir pra voltar. Eu vou caminhando e lembro que não disse que te
amava, como eu me esqueci de dizer isso? Pelo menos eu agradeci o copo de água
que você me deu.
Eu quase sou atropelada umas duas vezes por causa da música
alta. O choro ali na garganta e a cabeça matutando o que eu escreverei quando
chegar. Eu tento não chorar, ou melhor, eu tento chorar, mas não sai, e eu
acabo achando melhor não chorar na rua, porque alguém pode me perguntar “tudo
bem?” e eu responder a verdade. Mas qual seria a verdade? Tá tudo bem. Eu to feliz.
Mas então por que você está chorando? Tá machucada? Com dor? Machucada eu to,
ele ta, todo mundo ta. Dor? Dor. Por quê? Aconteceu alguma coisa? Não. E a dor?
Por que então? Eu não sei, é por isso que dói.
Eu me apaixono por todos que você é e você não consegue
gostar daquela além da que fica na cama com você. Sabe, ontem fez frio e eu
fiquei com a sua blusa. Saiba que devolver vai ser difícil, e saiba também que
essa noite dormi com ela na tentativa de ficar com o meu cheirinho e você me
amar mais por isso.
Sei que você não me conhece, e sei que ontem você tentou que
eu te conhecesse, mas como a gente faz quando tem amor no meio desse encontro
todo? Eu to me desdobrando em cinco pra poder me fazer feliz pra você... Isso
nem é por mim , é por você. A minha felicidade ia te fazer bem, não ia? Eu sei que
você fica bravo quando eu to triste sem motivo aparente, eu sei que você fica
nervoso quando eu fico com “cara de bosta”, eu sei de tudo isso, mas o pior é
que eu sei que isso cansa, e que se eu não mudar, um dia você vai cansar disso
tudo e mais, vai me deixar em uma altura qualquer da avenida. Não quero que canse de
mim.
Eu subindo pra tua casa eu prometi que ia ser feliz. Prometi
que ia sorrir e tentar fingir que eu não tava suada e provavelmente com um
hálito um tanto quanto a desejar. Prometi pra mim que não i falar da minha
família, e prometi que não ia ter ciúmes de nada, nem falar de guria alguma.
Prometi dizer que te amo com toda a empolgação que eu te escrevi na mensagem
hoje de manhã – eu sempre acordo te amando demais. Eu quis que hoje nós fôssemos
leves e felizes. Eu quis que hoje nossa conversa não tivesse nenhum teor
sexual. Eu quis dizer o que eu sentia e pensava, e quis que você não usasse uma
brincadeira qualquer só pra fugir do assunto. Eu quis que você tivesse trazido
junto com o copo d’água o seu coração.
Eu só precisava saber o porquê que eu não consigo parar de
sentir isso. Eu só precisava saber se você está mesmo a fim de me aguentar assim
enquanto eu não descubro a causa de tudo isso. Eu só precisava saber se a gente
vai namorar mesmo, se a gente vai ser pra
sempre mesmo, se a gente é a gente, se a gente ta junto, se você só pensa em
mim mesmo. Eu só precisava saber um pouquinho do meu futuro e ver o que me
espera porque ta foda ficar na expectativa. Eu precisava de você, e isso é
errado, mas você parece não ligar. Eu sei que eu preciso te dar espaço – por quê
não disse pra eu não ir hoje ai?
Somente espero que nós sigamos o plano de ficarmos bem e
felizes e juntos e se amando e contente e em paz e pra sempre.
Eu te amo, mas não é o suficiente para você, e não deveria
ser mesmo, sei que eu tenho muito mais pra te oferecer, sei que eu tenho muito
mais guardado pra você. Sei que eu quis te ninar no meu colo e ler seu rosto
com as mãos igual eu fiz esse final de semana. Eu quis te gravar em mim pra ter
certeza que eu ainda poderia te ouvir. Eu quis deitar no seu colo e você me
fazer cafuné. Quis ir cantar contigo no karaokê, quis te beijar na chuva sim, e
ainda espero nosso piquenique no lago. Ainda espero nosso felicidade, ainda
espero que sejamos, em uma escala de 0 a 10, um 9 pelo menos.
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