A vida mostrou-lhe, com todas as demonstrações possíveis, de
que só sobrevive quem consegue ser forte, ou seja, era preciso ser forte. E então ela deixou de amar. Foi como se
prevenir de um Tsunami não indo à praia. Foi como deixar de comer frango porque
um dia passou mal por causa dele. Ela se encarou no espelho e percebeu que não
tinha nada nela que gostasse: seu cabelo nunca foi do jeito que queria, seus
braços são um pouco grandes, a calça apertada, as orelhas grandes, os seios
pequenos e todos esses defeitos de estética, entretanto, o que ela menos
gostava eram daqueles olhos tristes e molhados pelas lágrimas que não paravam
de cair. Era olhar aqueles olhos que ela chorava mais ainda, e virou um ciclo,
porque não tinha ninguém ali para virar seu rosto e dizer: “você é linda, você
não precisa ser essa feiosa que chora ao se ver".
A vida também ensinou que precisamos ter vários tipos de
coragem para vencer. A coragem externa, por exemplo, que é toda aquela batalha
que o cotidiano te impõe; isso é fácil. O difícil mesmo é ter coragem para
levantar da cama, para dizer bom dia quando o dia não está nada bom. Coragem é
aquela motivação que faz você rasgar o céu em busca do raio de Sol. Ser
corajosa, na situação dela, é terminar com aquele sofrimento, mas dizem que se
não cortar o mal pela raiz, não tem jeito, e se ela parasse pra analisar veria
que o mal era ela, e então teria que se matar. Corajosos os que se matam.
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